É a técnica de impressão feita a partir do envio direto de dados digitais, sem a necessidade do uso de uma matriz de impressão. Ou seja, para a transferência da imagem do computador para o substrato não há a necessidade da gravação de um “negativo”.
Segundo o Dicionário Houaiss, impressão digital é: “Arte ou técnica de imprimir que utiliza recursos da informática aplicados à reprodução de textos e imagens em qualquer suporte, utilizando como matriz um arquivo digital e sem intermediação”.
A impressão digital começou a se popularizar a partir da década de 1990, mais especificamente em 1993, na Feira Internacional IPEX, na Inglaterra. Nesta feira foram apresentados os primeiros sistemas digitais de impressão em Policromia. Na DRUPA de 1995, na Alemanha, a impressão digital já era a grande estrela.
Esse sistema veio preencher uma lacuna existente no mundo da impressão: imprimir em pequenas tiragens, com boa qualidade e preço acessível. Além da impressão em pequenas quantidades, com esta tecnologia passou a ser possível a realização de demandas que antes não se conseguia nas gráficas offset, como por exemplo, a confecção de 50 cartões de visitas, 1 banner, ou 30 livros. E melhor, com a opção de fazer novas impressões sem custos adicionais acarretados pelo chamado “start de máquina” das offsets.
VANTAGENS DA IMPRESSÃO DIGITAL
Apesar de existir várias tecnologias e tamanhos de impressão diversos, hoje o termo “impressão digital” se confunde muito com “grandes formatos”, que se utiliza dessa tecnologia para imprimir em tamanhos maiores (ou sem limite de tamanho) e em variedades maiores de substratos. As impressoras a laser também são partes representativas desse segmento e, como os grandes formatos são de interesse do nosso segmento, vamos nos limitar então a estas duas partes da impressão digital.
São vários os tipos de impressões digitais, mas as duas principais são laser e Jato de tinta. Na figura abaixo vemos um fluxograma que ajuda a entender melhor a distribuição das diversas tecnologias dentro desse universo.
LASER
As tintas em estado seco são as mais conhecidas e sua passagem para o substrato se dá quando uma fonte de luz incide no tambor. O tambor é carregado positivamente e um laser “desenha” a imagem que se quer descarregando essas áreas. Em seguida, o toner carregado positivamente, adere às regiões sem carga e forma a imagem no tambor que é transferida para o papel.
As principais vantagens das impressoras lasers são a velocidade, a precisão e a economia. O laser pode se mover mais rápido do que um cabeçote e seu diâmetro é invariável, podendo desenhar com mais precisão, sem espirrar tinta.
O toner é um pó composto de pigmento e plástico, tendo este último a função de derreter ao passar pelo fusor, emprestando a essa impressão uma super aderência, que a torna firme e com grande definição.
As lasers são mais caras, porém seu custo de funcionamento é inferior. O toner é barato e um cartucho opera milhares de impressões, dependendo do tipo de imagem impressa. As impressões a laser são conhecidas tecnicamente por eletrofotografia.
JATO DE TINTA
As tintas se encontram no estado líquido e sua passagem para o substrato se dá com a projeção de pequenas gotas de tintas diretamente sobre ele. A forma e o tipo da tinta empregada podem variar de acordo com tecnologia do equipamento. As impressoras são dotadas de cabeças de impressão, onde são originados os jatos de tinta que formam a imagem no substrato. Apesar de utilizar as mesmas cores da impressão a laser, algumas impressoras jato de tinta já empregam cores adicionais (cores especiais) para aumentar a qualidade de impressão.
As Impressoras Jatos de Tinta do sistema "on demand" se dividem em:
a) Buble-Jet (Térmica)
Nesta tecnologia as gotas de tinta são formadas nas cabeças utilizando o calor que vai fazer com que se formem pequenas gotas de tinta na superfície das cabeças. As tintas encontram-se cada uma na sua cabeça de impressão e cada cabeça de impressão é constituída para um grande número de injetores e por pequenas resistências. Ao passar uma carga elétrica pelas resistências estas aquecem e esse calor passa para a câmara contendo a tinta. Esta, por sua vez, aquece e começa a vaporizar aumentando o seu volume. Esse aumento de volume aumenta a pressão dentro da câmara forçando a tinta a sair pelos injetores. À medida que a tinta arrefece, a gota formada perde a sua forma e acontecem duas coisas: a primeira é que a gota projeta-se sobre o substrato e a segunda, se cria um vácuo localizado forçando a entrada de tinta fresca na câmara e assim reinicia-se um novo ciclo.
Esse processo demora cerca de 10 microsegundos.
b) Piezo-elétrica
Esta tecnologia faz uso de uma propriedade exibida por alguns materiais que, quando sujeitos à passagem de uma caga elétrica contraem-se ou expandem-se. Este movimento faz com que se formem gotículas de tinta na superfície das cabeças. À semelhança do processo térmico apresentado anteriormente, esta tecnologia apresenta também a tinta em depósitos que se encontram também em um grande número de injetores por onde a tinta é injetada. O material piezo-elétrico, que se encontra sobre o depósito da tinta, ao ser sujeito a uma carga elétrica contrai-se contra a tinta criando pressão suficiente para forçar a saída pelos injetores. Assim que a carga é interrompida, o material piezo volta à posição inicial puxando assim tinta fresca do depósito permitindo que o processo recomece.
É considerado Grande Formato larguras a partir de 91,4 cm. As impressoras são alimentadas por rolos de substratos que vão de 91,4 até os 5m de largura. Além destas, existem as impressoras planas, capazes de imprimir em substratos rígidos, como chapas de PVC, MDF, vidro, alumínio, acrílico ou azulejos.
Os equipamentos atuais apresentam uma resolução média de 1.440 dpi´s, com gotículas de tinta de 9 picolitros.
SISTEMAS DE TINTAS
Os tipos de tinta empregados influenciam na qualidade, quantidade de cores, durabilidade e diversidades dos substratos:
1.Sistemas Aquosos
A tinta fica suspensa em líquido (água ou outra substância) que serve de transporte para os pigmentos. As impressões com este sistema precisam de um tempo maior para a secagem, sendo as impressoras equipadas com aquecedores ou secadores na saída de impressão para auxiliar no processo de secagem. As cabeças de impressão possuem vida curta e são substituídas quando alcançam um desgaste considerável. Por esse motivo, são pequenas e mais baratas do que as adotadas nos outros sistemas.
a.Sistemas Dye – Sistema aquoso, com cores vibrantes, fraca resistência aos raios UV e aos choques mecânicos, sendo indicadas para materiais de exposição interna e de curta duração.
b.Sistemas UV – Apresentam cores mais pálidas e com menos opções, porém com mais resistência aos raios UV e ao desgaste pelo manuseio. As impressões neste sistema são largamente empregadas em trabalhos de grande duração e podem ser utilizados em ambientes externos e internos.
2.Sistemas Solventes
Nomenclatura utilizada para qualquer impressora que não utilize tinta com solvente à base d´água. Utilizam cabeça de impressão do tipo piezo com solventes derivados do petróleo, tais como éteres ou acetonas, sendo assim, mais prejudiciais ao meio ambiente e a seus operadores. Por esse motivo, precisam de um ambiente maior para instalação e sistemas de purificação de ar para minimizar os fortes odores dessas substâncias.
3.Sistemas Eco-Solventes
Semelhantes ao anterior, porém mais rápidos na secagem e menos agressivos no manuseio. O glicol, álcool ou esteróis são exemplos dos solventes empregados nas impressoras eco-solventes. Esses equipamentos conseguem impressões com melhor qualidade e com mais opções de cores, sendo um meio termo entre os sistemas aquoso e solvente. Seu funcionamento não exala odores fortes para os operadores, sendo desnecessários cuidados especiais no ambiente de instalação. Esta tecnologia é utilizada em impressoras de rolo ou planas, que imprimem em substratos rígidos.
4.Sublimação
Nesta tecnologia a tinta passa do estado sólido diretamente para o estado gasoso e, em seguida, impressa no substrato. O sistema possui grande vantagem na qualidade final da impressão já que a tinta não passa pelo estado líquido, sendo transferida por camadas e não por gotas. Essa diferença faz com que a sublimação seja muito empregada na impressão fotográfica por produzir imagens contínuas, parecidas com a revelação química, e com mais saturação.
5.Cura UV
Utilizam tintas com pigmentação translúcida para possibilitar a cura pela luz Ultra Violeta. Essas tintas têm pouquíssimo solvente na sua composição e são secadas (curadas) por lâmpadas UV de alta intensidade que ajudam a fixar os pigmentos, sendo assim um processo fotoquímico. São tintas ecologicamente corretas e com velocidade de produção elevada, já que secam rapidamente na saída do equipamento. Produzem imagens resistentes aos raios UV e aos choques mecânicos, ainda que inferiores às impressoras com tecnologia solvente. São muito utilizadas para imprimir sobre o vidro, acrílico, chapas de metal ou plástico.
6.Tintas Látex
Tintas à base de água com tecnologia de dispersão aquosa do polímero látex, não sendo nocivo ao meio ambiente. Essas tintas são flexíveis sendo ideais para painéis decorativos curvos ou irregulares e de diversos tipos de substratos.
Cada um dos sistemas descritos acima se aplicam a uma necessidade diferente, algumas delas atendendo a mais de uma finalidade específica. As diversas tecnologias são resultado da evolução que a impressão digital vem apresentando a cada ano, abrindo cada vez mais as possibilidades para o signmaker e profissionais de comunicação visual.
Artigo escrito pelo Designer Luiz Martins
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